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Mostrando postagens de julho, 2007

Wagner Iglecias: Paulicéia em disputa

Em mais uma colaboração para essas Entrelinhas, o professor Wagner Iglecias analise o quadro sucessório na capital paulista, tendo como referência a pesquisa Vox Populi divulgada na semana passada. Este blog assina embaixo, com a ressalva de que o deputado Aldo Rebelo (PCdoB) pode ser uma alternativa ainda mais forte do que a ex-prefeita Luiza Erundina. Kassab também pode crescer muito e já conversa com o PMDB para obter tempo maior no horário eleitoral gratuito. No todo, a análise está impecável: a eleição está em aberto. Pesquisa do instituto Vox Populi divulgada nesta semana dá conta de que o ex-governador Geraldo Alckmin lidera a corrida sucessória pela prefeitura de São Paulo, com 31% da preferência dos pesquisados. É seguido de perto por Marta Suplicy, com 28%, e depois aparecem Paulo Maluf (10%), Luiza Erundina (9%), Gilberto Kassab (7%) e Paulinho da Força (7%). Ainda é muito cedo para tomar estes números como a tendência do próximo ano, quando vai ocorrer a eleição. O palp

Jorge Rodini: classe média contra Lula?

Em mais uma colaboração para este blog, Jorge Rodini, diretor do instituto de pesquisas Engrácia Garcia, comenta a irritação da classe média com o governo federal, que parece estar no auge após o acidente com o Airbus da TAM. A seguir, a íntegra do comentário: A classe média começa a dar mostras de impaciência com Lula. O episódio trágico de Congonhas, a vaia solene no Maracanã na abertura do Pan e apupos espalhados por outras capitais corroboram este sentimento da classe que mais sofreu nestas últimas gestões. Parece que o maior estrago a imagem de Lula vem de seus correligionários. A ministra Marta Suplicy detonou um "Relaxa e Goza" no meio do caos aéreo. Marcos Aurélio "top top top" Garcia e seu assessor trapalhão mandaram não se sabe quem se ferrar. Agora o brigadeiro demitido diz que tudo que entra, sai; ou tudo que sobe, desce. Isto depois de ter ensinado como "cozinhar" o pepino. Há que se ter um mínimo de bom senso na hora de dar declarações à i

A falta de humor da extrema esquerda

O autor destas Entrelinhas recebeu, por e-mail, a mensagem abaixo, assinada por Caia Fittipaldi e copiada para o jornalista Fernando Rodrigues. Ofensas pessoais à parte, que este blogueiro releva por infantis e inconseqüentes, o que a mensagem revela é a total falta de humor da prolixa missivista. Falta de humor não é grave, embora possa provocar problemas de saúde. Muito pior é a falta de análise política contida na mensagem. Basicamente, de acordo com Caia, uma eventual campanha "Cansamos" da CUT não é boa porque "segue a pauta da direita". Ora, o embate político se dá justamente no contraditório com os adversários de plantão. É um tanto estranho o raciocínio de Fittipaldi: se as forças conservadoras começam enfim a se mobilizar, quem apóia o governo deve ignorar a ofensiva e ficar em casa assistindo ao desfile dos janotas, impassível, sem nem tirar um sarro. O que Caia Fittipaldi não conseguiu compreender é justamente o caráter do "Cansamos": uma grande

Mainardi, o "muso" do movimento Cansei

Começa assim o artigo do colunista Diogo Mainardi, na revista Veja desta semana: "Quando é que derrubaremos Lula?". Reinaldo Azevedo, o blogueiro que faz sorrir a direita brasileira, anda dizendo que o movimento "Cansei" não é golpista. Ele também acha que Mainardi pega leve com o presidente. A conclusão deste blog é que essa gente exige o "direito legítimo de se expressar de forma golpista", como diria o Reinaldão. O lado bom da história é que só figuras do porte do João Dória Júnior, Alencar Burti e o tal do D'Urso compraram a briga. Nem a turma das televisões aceitaram bancar a palhaçada, conforme informa na Folha de hoje a colunista Mônica Bergamo.

Por que Veja culpa o piloto?

Leitores perguntam por que a revista Veja desta semana deu capa para um suposto furo (na verdade, já tinha saído nos jornais diários) sobre o acidente com o Airbus da TAM, apontando um erro do comandante da aeronave como causa principal do desastre? Este blog não tem informação suficiente para uma resposta categórica, mas há uma boa hipótese para tão inusitado acontecimento – a revista poupar o presidente. Veja tem dois interesses fundamentais hoje em dia: desmoralizar Lula e garantir a sua própria $obrevivência. Se puder juntar as duas coisas em uma matéria só, tanto melhor. Às vezes, porém, é preciso optar. A versão do manete deixado em posição errada pelo piloto é boa para a TAM e excelente para a fabricante Airbus. Essa gente tem um punhado de recursos, como se sabe. Ora, podem perguntar os leitores mais atentos, então por que Veja não comprou a versão de que a pista é a grande culpada, uma vez que neste caso a TAM e a Airbus também ficariam de cara limpa? Em primeiro lugar, por

"Cansamos" vs. "Cansei": boa idéia da CUT

A nota abaixo, originalmente publicada no blog do jornalista Fernando Rodrigues, revela uma das melhores idéias dos sindicalistas da CUT nos últimos tempos. Se a campanha em questão vai virar realidade, é cedo para saber, mas só o mote do "Cansamos", como se pode verificar a seguir, já desmoraliza completamente o "Cansei" high society engendrado pelos "jovens empresários" da Fiesp, com apoio determinado do causídico que no momento ocupa a presidência da OAB-SP, mas é mais conhecido como defensor da bispa Sônia e o bispo Estevam. CUT quer centrais em uma campanha chamada “Cansamos” contra o “Cansei” A direção da CUT (Central Única dos Trabalhadores) enviou um e-mail para outras organizações sindicais hoje propondo uma campanha para reagir ao Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros, o já conhecido “Cansei” http://blog.cansei.com.br/ –que reuniu 6.000 pessoas no último fim de semana, em São Paulo. O “Cansei” se diz apolítico, mas seus idealizadores s

E tal da crise americana, acabou?

Na semana passada, alguns jornais, Folha de S. Paulo à frente, manchetaram a queda nas bolsas de valores mundo afora como o início de uma crise de gravíssimas proporções, que teria como origem a "quebradeira" do mercado imobiliário norte-americano. Nesta segunda-feira, as bolsas fecharam em forte alta e não parece haver mesmo razão para tamanho pânico. A verdade é que os jornalões a-do-ra-ri-am uma crise das fortes, apenas e tão somente para derrubar a popularidade do presidente Lula, e quem sabe ele próprio. O problema - para a mídia anti-lulista - é que o povão votou e continua acreditando no presidente porque a economia vai bem. O resto é trololó ou nhem-nhem-nhem, como diriam José Serra ou Fernando Henrique Cardoso. Enquanto a tal crise não vem, os jornalões vão ficar chupando o dedo ao lado de Diogo Mainardi, aquele colunista obscuro que nesta semana sentenciou que um dia Lula vai morrer...

Folha de S. Paulo edita a manifestação do
movimento "Cansei" no caderno local

Curiosa a edição desta segunda-feira da Folha de S. Paulo : o jornal surpreende ao dar uma enorme foto na primeira página do ato do movimento "Cansei", com a palavra "Basta" e flores bem destacadas, conforme pode ser visto ao lado; e, ao mesmo tempo, esconde o noticiário sobre a manifestação no final do caderno Cotidiano, destinado às notícias locais. Ao editar a passeata em Cotidiano, a Folha deixa claro que não a considerou um ato político, mas um mero protesto contra a crise aérea. Terá sido isto mesmo ou é intenção do jornal passar este tipo de imagem do movimento? A ver. Em tempo: um leitor faz uma inteligente observação sobre a foto da Folha . Segundo ele, a foto pode revelar a dificuldade do jornal de transformar em milhares as centenas de manifestantes presentes no ato. De fato, nenhum jornal deu fotos abertas dos "6,5 mil" que estiveram na passeata.

Passeata tenta evitar vinculação com PSDB

O relato reproduzido abaixo, originalmente publicado no site Terra Magazine , é talvez o que de melhor saiu até agora sobre a passeata do movimento "Cansei", capitaneado pelo grande homem (?) de comunicação João Dória Jr. e apoiado pela fina flor da elite paulista, Fiesp à frente. Do que vai a seguir, vale ressaltar a disposição do grupelho em evitar vincular o movimento aos partidos de oposição, de forma a tentar preservar o tal caráter "apartidário" da mal disfarçada tentativa de reeditar um clima de golpismo no país; e o óbvio viés político do ato, que ficou evidente nas palavras de ordem gritadas pelos líderes. Mas antes que alguém diga que este foi o primeiro ato de rua contra Lula, cumpre lembrar que durante a crise do mensalão houve diversas tentativas de colocar gente na rua para protestar, algumas delas até com maior audiência do que a deste domingo em São Paulo. Abaixo, a íntegra da matéria. "Fora Lula" domina passeata do "Cansei" Domi

Como estimular o pânico

Voltando de viagem na tarde de sábado, este blogueiro atravessava o túnel Tribunal de Justiça, em São Paulo, quando o painel luminoso que dá indicativos sobre o trânsito piscava os seguintes dizeres: "Acidente aéreo, evite região do aeroporto". Outro? Rádio ligado e a confirmação de que estava tudo calmo e não se tratava de uma nova tragédia, veio a conclusão: o prefeito Gilberto Kassab (DEM) deve andar conversando bastante com seu correligionário Cesar Maia, o maior conhecedor da psicologia das massas do país, pois não haveria ser idéia dele, Kassab, manter tão impactante anúncio por 10 dias. Ou talvez tenha sido uma dica do João Dória Júnior...

Weis: o cansaço e os cansados

Outra boa visão do movimento "Cansei" está reproduzida abaixo, originalmente publicado no blog Verbo Solto, do jornalista Luiz Weis. Colunista do Observatório da Imprensa e editorialista de O Estado de S. Paulo , Weis não é propriamente um "lulista" e, em vários aspectos, pensa de forma bem diferente do que o autor destas Entrelinhas. Por tudo isto, vale a pena ler o texto a seguir até o fim: é uma análise lúcida e bem elaborada. Como uma infinidade de brasileiros que, pelo menos, dão uma sapeada nos noticiários da TV ou batem o olho nos periódicos, também estou cansado do Himalaia de mazelas que, entra governo, sai governo, não saem do cenário nacional: continuam essencialmente iguais, quando não pioram. Embora, acrescento desde logo, muitas delas são coisas nossas mesmo, não dos governantes de turno - a começar do comportamento anti-social que está entre as causas primeiras, se não for a causa primeira e ponto, da barbárie do cotidiano nos ajuntamentos feios, su

Cansei 2: a melhor tradução

Imagens valem mais do que mil palavras. O genial Angeli matou a charada do tal movimento "Cansei" na charge acima, publicada originalmente na Folha de S. Paulo . Essa coisa não vai mesmo longe...

Cansei?

Tem gente dando bola para a tal campanha da OAB e de certos baluartes da moralidade pública, como o secretário Afif Domingos (DEM-SP), intitulada "Cansei". Este blog não consulta videntes, mas tem o palpite de que a campanha fará grande sucesso no clube Harmonia e nas palestras de João Dória Jr. (a quem se aplica o velho ditado "cabeça vazia, morada do Diabo"). Enfim, 0 barulho dura uma ou duas semanas, depois passa. Até porque a agenda dos "líderes" e organizadores do movimento é muito cheia e eles logo estarão cansados do "Cansei". Nada que um bom fim de semana em Comandatuba não resolva...

Jobim foi boa escolha para a Defesa

Waldir Pires fez o que este blog aconselhou: pegou o seu banquinho e saiu de mansinho. Um pouco tarde, é bem verdade. A escolha do presidente Lula para o substituto não chega a surpreender e tem várias vantagens. Primeiro, Nelson Jobim é um homem com excelente trânsito no tucanato. Isto deve ajudar a serenar os ânimos e evitar a politização da crise aérea. Jobim possuiu os requisitos básicos para assumir a Defesa: é experiente - já presidiu um ninho de cobras chamado Supremo Tribunal Federa e foi ministro da Justiça na gestão de Fernando Henrique Cardoso. Com este perfil, portanto, terá comando sobre as três Forças Armadas e boa capacidade de enfrentar os lobistas das companhias aéreas. Além de todos esses fatores, Jobim é um homem ambicioso. O desafio da crise aérea é grande, mas se o ministro conseguir solucioná-lo, vai se tornar um candidato fortíssimo à sucessão de Lula, pelo PMDB. Não depende só dele, mas a verdade é que a faca e o queijo estão nas mãos de Nelson Jobim.

Rodini: tristeza não tem fim

Em mais uma colaboração para este blog, Jorge Rodini, diretor do instituto de pesquisas Engrácia Garcia , comenta o acidente com o Airbus da TAM. A seguir, a íntegra do comentário: O Brasil perdeu, na tragédia de Congonhas, duas centenas de vidas. Bebês, crianças, grávidas, senhores e senhoras, vovôs e vovós. Tentando entender essas perdas, milhares de parentes, amigos, conhecidos, vizinhos e colegas de trabalho. E chorando por esses milhares que têm que continuar na sua labuta diária, sofrida e incontida, milhões de brasileiros pasmos, estarrecidos e com medo. Uma pista escorregadia, um aeroporto congestionado, um clarão. É como se, a partir daí, o Brasil acordasse. No meio de seu maior pesadelo. Quantos escaparam pelo atraso ou quantos se foram por trabalhar demais? Como vamos saber quantos são os heróis. E os heróis do vôo cego, que não tiveram tempo de pedir socorro? A Avenida, outrora impávida e imponente, queda-se angustiada. A bola de fogo queima nossas almas, os corações se ap

Cesar Maia: um Lacerda sem talento

O prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (DEM), divulgou em seu ex-blog uma notícia estapafúrdia de que o governo teria acertado com a TAM e a TV Globo a divulgação da "teoria" de que o Airbus acidentado na semana passada estaria com defeito no reversor. Segundo o prefeito, não estava e a desculpa serviria ao governo porque tiraria o foco da questão sobre as condições da pista de Congonhas. Ainda de acordo com Maia, a TAM teria aceitado a brincadeira porque o governo teria ameaçado "quebrar" a companhia tão logo a poeira baixasse. A tese do prefeito é estapafúrdia pelos seguintes motivos: 1. A TV Globo não aceitaria um acordo nesses termos: não tem nada a ganhar e só perderia credibilidade quando a caixa preta do avião fosse revelada. 2. A investigação do acidente, como se sabe, envolve o fabricante do avião e não será possível manipular as causas. A versão do defeito do reversor só se sustenta se de fato existia o defeito. 3. O governo não tem poderes para "qu

Sai daí, Waldir

Quando caiu o avião da Gol, no ano passado, este blog recomendou vivamente a demissão do ministro da Defesa, Waldir Pires. Basta uma busca no Google ou mesmo um clique nos arquivos destas Entrelinhas para ler a recomendação, que continua a mesma. Waldir Pires é um homem honesto, honrado e competente, mas está no lugar errado, no momento errado. O presidente Lula tem razão em evitar queimá-lo, jogando o experiente Waldir às feras da mídia e da opinião pública como uma espécie de bode expiatório da crise. Cabe ao ministro pegar o seu banquinho e sair o quanto antes, porque a situação, que já era insustentável lá atrás, agora ficou chegou a um ponto em que nenhuma outra ação faz sentido. Vamos ser claros: Waldir não é o culpado pela crise, mas perdeu de tal forma a autoridade no ministério da Defesa que já não é mais um ministro de fato. Teria sido muito melhor se ele tivesse saído antes, mas Lula quis preservá-lo e a situação só piorou. Agora, não dá mais. Ou o presidente coloca no min

A bruxa está mesmo solta

Julho é um mês de poucas e rápidas chuvas em São Paulo. A justificativa da Infraero para deixar para fazer o "grooving" da pista de Congonhas é bem razoável - esperar o fim das férias, quando o movimento é mais intenso, já que dificilmente choveria neste mês. O problema é que choveu e continua chovendo uma barbaridade na capital paulista. A questão do "grooving" já foi bastante debatida na mídia, mas não há, é bem verdade, uma conclusão definitiva: há vários aeroportos no mundo sem as ranhuras na pista e apesar disto os aviões pousam e decolam sem grandes dramas. Em Congonhas, pista pequena e aproximação complicada, o grooving era obrigatório? Ninguém respondeu afirmativamente ainda... Grooving à parte, a chuva foi tanta que nesta segunda-feira, um barranco despencou logo na cabeceira da pista principal de Congonhas, talvez em decorrência também do choque o avião acidentado na semana passada. Mais uma ótima imagem para quem deseja carimbar de incompetente a atual g

Devagar com o andor...

Muitos analistas, no calor da hora, têm escrito que o acidente com o Airbus da TAM em Congonhas é um fato político de conseqüências demolidoras para o governo Lula, que sairia arranhado do episódio ainda que a culpa pelo acidente seja da própria companhia aérea ou mesmo do piloto. Este blog não tem dúvidas de que uma tragédia deste porte afeta, sim, a popularidade do governo, mas avalia que as afirmações dos afoitos jornalistas e cientistas políticos não passam de chute. É possível que Congonhas vire um assunto das eleições municipais de 2008, mas nem isto é líquido e certo. A pauta de 2010 só Deus sabe qual será e se a crise aérea tiver sido solucionada até lá, é provável que ninguém toque no assunto. A mídia alinhada aos tucanos anda um tanto eufórica, mais até do que os líderes desses partidos. É do jogo, mas o resultado deste tipo de "campanha" pode ser o mesmo do gesto infeliz do assessor Marco Aurélio Garcia: se não tiverem cuidado, o feitiço vira contra o feiticeiro, p

ACM: o fim de uma era?

Uma primeira análise do material produzido pelos jornalões sobre o falecido senador Antonio Carlos Magalhães (nenhum parentesco com o autor destas mal traçadas, diga-se desde logo) revela que há um certo exagero tanto em relação à dimensão política de ACM quanto na "comemoração" do fim de um modo de fazer política, de uma verdadeira dinastia na Bahia. Como diria o velho Jack, vamos por partes: Antonio Carlos Magalhães foi, sem sombra de dúvida, o mais importante político da Bahia nos últimos 30 anos. O cacique conseguiu poder suficiente para se firmar como liderança nacional em um período relevante - o ápice talvez tenha sido quando foi ministro das Comunicações no governo Sarney -, mas jamais conseguiu força para comandar o seu próprio partido ou ditar os rumos da política nacional. A rigor, foi um oligarca regional que por um curto período se fez maior do que a região que comandava com mão de ferro. Teve, é claro, habilidade para costurar acordos com gente que no fundo pr

Laudo do IPT, instituto do governo Serra, diz que pista de Congonhas está em ordem

A nota abaixo é do blog do Fernando Rodrigues, colunista da Folha , jornal que tem o governador José Serra em altíssima conta. Para tristeza da turma que acha que as 200 mortes em Congonhas devem ser debitadas na conta do presidente Lula, o IPT de fato emitiu um laudo que simplesmente coloca os pingos nos is: não há problemas com a pista principal de Congonhas. O problema mesmo é de vergonha na cara, de certos jornalistas que escrevem antes de apurar... Parecer técnico do IPT não encontra problemas na pista principal de Congonhas Parecer técnico parcial nº12792-301-ii realizado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) na pista principal do aeroporto de Congonhas não identificou restrições ao uso da mesma. O documento é datado de ontem (19/07/2007). O resultado desse parecer é baseado, entretanto, em dados coletados até o dia 18 de julho de 2007 e também antes do acidente de terça-feira. As duas principais conclusões foram as seguintes: 1) Características m

De olho na bolsa

Uma boa forma de saber se a TAM conseguiu convencer a patuléia, como diria Elio Gaspari, de que o "manual" do Airbus recomendava aguardar 10 dias após o defeito no reversor ser reportado para realizar a manutenção da areonave é ficar de olho na cotação das ações da companhia na Bolsa de Valores de São Paulo, logo mais. Este blog aceita apostas e acha que elas cairão mais de 10% nesta sexta-feira ensolarada em São Paulo.

Da depressão à euforia: direita celebra
gesto do assessor Marco Aurélio Garcia

Está até engraçado acompanhar os blogs dos extremistas de direita, especialmente os da Veja . A notícia de que a pista (e o presidente Lula) não são os culpados pelas 200 mortes de Congonhas foi recebida com raiva, em evidente desrespeito às vitimas da fatalidade. Pouco depois, os deprimidos direitosos voltavam, eufóricos, para "comemorar" um gesto besta do assessor da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, supostamente logo após assistir ao Jornal Nacional. Depois esse pessoal ainda diz que são os petistas que politizam a tragédia...

Franklin: pela 2ª vez em rede nacional

Nesta sexta, o presidente Lula fala à Nação sobre o acidente com o avião da TAM. O texto certamente terá o dedo do jornalista Franklin Martins, ministro da Comunicação Social da presidência da República. Assim sendo, será a segunda vez que um texto de Franklin será lido em rede nacional. A primeira, para quem não lembra, foi em setembro de 1969, quando a ditadura militar cedeu às condições impostas pelos militantes do MR-8 e ALN que seqüestraram o então embaixdor dos Estados Unidos Charles Burke Elbrick para libertá-lo. Além de trocar o embaixador por presoso políticos, foi exigida a leitura de um manifesto em rede nacional. O autor do texto foi... o ministro Franklin Martins, à época militante do MR-8. Recordar é viver...

Culpa pela tragédia começa a ficar evidente

A matéria do Jornal Nacional desta quinta não elucida o acidente de São Paulo, mas oferece uma baita pista para os investigadores. O problema é que a notícia vai deixar os surfistas de cadáveres meio tristes: não, a culpa não é do presidente Lula... A seguir, o resumo das informações do JN, na versão do site G1: Avião da TAM tinha problema no reversor desde sexta-feira Do G1, com informações do Jornal Nacional entre em contato O avião da TAM que se chocou contra o prédio da empresa em Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, tinha um defeito no reversor da turbina direita desde a sexta-feira passada, dia 13. O problema havia sido detectado pelo sistema eletrônico de checagem do próprio avião. Mas a aeronave da TAM, um Airbus A320, continuou a voar nos dias seguintes, com o reversor direito desligado. O jornalista William Bonner conversou, por telefone, com o presidente da TAM, Marco Antônio Bologna, e com o vice-presidente técnico, Ruy Amparo. Eles confirmaram estas informações. E afirmara

Crise aérea ofusca queda da taxa de juros

O Brasil não é o país com a mais alta taxa de juros do planeta, conforme bradavam empresários e sindicalistas contrários à política monetária do Banco Central. Com a decisão do Copom de reduzir a taxa básica (Selic) para 11,5% ao ano, o país fica agora em um suposto segundo lugar, considerando uma pesquisa que na verdade não engloba todas as nações. Se o avião da TAM não tivesse explodido em São Paulo, este certamente seria um tema de destaque nos jornais, mas a tragédia naturalmente ofuscou o movimento do Banco Central. Mais importante do que a redução em sim foi o montante reduzido, de meio ponto, que sinaliza a continuidade da política de redução, ainda que em ritmo menor. Se nas próximas três reuniões o Copom abaixar a Selic em 0,25 pontos percentuais, o Brasil pode fechar o ano na faixa dos 10%, com juro real de 7%. Para as condições da economia brasileira, é quase uma revolução. Em 2008, o crescimento vai refletir este novo patamar de juros, bem mais convidativo aos investiment

Dines: mídia não pode presumir culpas

Vale a pena ler o comentário sobre a tragédia de Congonhas do diretor do Observatório da Imprensa , Alberto Dines, para o programa de rádio do OI desta quinta-feira. O experiente jornalista explica quais são os limites da cobertura da imprensa no caso e já antevê as derrapadas da mídia. A seguir, a íntegra do comentário: O papel da mídia é levantar pistas, buscar testemunhos e descobrir evidências. Mas a mídia não pode prejulgar. Pode e deve extravasar a indignação e a revolta. Mas a mídia não pode presumir culpas. O erro do governo na tragédia da Gol, ao longo de outubro passado, foi justamente o de permitir que o ministro da Defesa, Waldir Pires, lançasse suspeitas sobre os pilotos americanos para evitar que o governo fosse arranhado entre o primeiro e o segundo turno das eleições presidenciais. Agora, nesta catástrofe, a mídia não pode cometer o mesmo pecado e embarcar em hipóteses delirantes sobre o comportamento dos pilotos da TAM. Eles não podem defender-se, estão mortos, e

Surfando em cadáveres 3: a culpa é da pista

Os blogs de direita começam a ficar um tanto contrariados com alguns fatos que insistem em não bater com a tese de que o presidente Lula é o grande culpado pelo acidente com o avião da TAM em Congonhas. Ontem, logo após a tragédia, a direita, animadíssima com o acontecimento, já tinha uma tese pronta para explicar o que ocorreu em São Paulo: a "culpa" só podia ser da pista de Congonhas, recém-reformada, que não recebeu o chamado "grooving", conjunto de sulcos no asfalto que ajuda a evitar alagamentos. Logo, se o problema era da pista, a "culpa" então seria da Infraero e, por consequência, do governo federal. Em última instância, de Luiz Inácio Lula da Silva, ele mesmo. O problema é que hoje o presidente da TAM disse que a falta de grooving não interfere na aderência da aeronave. Disse mais: a medição da quantidade de água na pista havia sido feita logo antes do pouso do avião que se acidentou. É chato, mas não foi a pista. Frustrado, o direitoso Reinaldo A

Surfando em cadáveres 2:
o papelão do governador Serra

José Serra (PSDB) levou 4 dias para aparecer em público quando abriu a cratera na obra da linha 4 do Metrô de São Paulo, que matou nova pessoas. Naquele caso, não havia dúvidas: a responsabilidade era do governo de São Paulo. Ontem, Serra levou menos de duas horas para aparecer nas telinhas tentando culpar o governo federal pelo acidente com o avião da TAM. As primeiras informações, no entanto, não autorizam conclusão tão precipitada. Pode perfeitamente ser que a condição da pista nada tenha a ver com o desastre. E, ainda que tenha algo a ver, Serra devia pensar primeiro em prestar assistência às vítimas do acidente para só depois em lucrar politicamente com a tragédia. É uma questão de solidariedade humana, apenas, mas este não parece ser um sentimento muito presente nos atos do governador, conforme já atestava a sua inexplicável ausência no acidente do Metrô.

Uma análise técnica do acidente

Vale a pena ler o que escreve Fernando Rodrigues, colunista da Folha , sobre o acidente. A direita babona adoraria que os defeitos na pistas fossem a causa da tragédia. Talvez não seja bem este o caso... Avião tocou no ponto correto da pista e continuou em linha reta e alta velocidade O comandante da FAB (Força Aérea Brasileira), Juniti Saito, recebeu informações dos funcionários da torre de controle do aeroporto de Congonhas atestando que o Airbus A-320 da TAM tocou a pista no local correto ao tentar aterrissar. Por alguma razão, disseram os funcionários, o avião continuou em alta velocidade. Esse dado terá de ser confirmado pela caixa-preta da aeronave. Tocar o solo no local correto numa aterrissagem é o primeiro requisito para que a operação seja bem sucedida. Em seguida, o piloto deve empreender as ações necessárias para frear o equipamento. Ainda não se sabe a razão pela qual a velocidade não foi reduzida o tanto necessário. Essa é a primeira informação técnica disponível, por enq

Surfando em cadáveres

Os blogs de direita estão adorando a tragédia de Congonhas e já acusam o presidente Lula por cada uma das mortes que ainda nem sequer foram confirmadas. É do jogo. Nessas horas, as pessoas revelam o seu caráter. PS: Um leitor escreve perguntando que blogs são esses. Ora, os de sempre. O do Reinaldo Azevedo, por exemplo, foi um dos primeiros a politizar a tragédia. Aguardem o próximo comentário do Diogo Mainardi e a próxima Veja . A direita está alegre como nunca, brindando à tragédia. Chega a dar engulhos.

A bruxa está solta

O acidente com avião da TAM em Congonhas, São Paulo, já entrou no rol das grandes tragédias da aviação mundial. A julgar pelas imagens, as chances de sobreviventes é remota. A obra da pista de Congonhas, recém-reformada, e a direção da Infraero serão duramente questionadas nos próximos dias. A crise, que estava amainando, voltará com toda força.

O PSOL move a política brasileira?

O que segue abaixo é o artigo semanal do autor destas Entrelinhas para o Correio da Cidadania . Desta vez, o assunto é o PSOL, partido do diretor do Correio , Plínio de Arruda Sampaio. A seguir, o texto na íntegra: O jornalista Reinaldo Azevedo, blogueiro e colunista de Veja , é hoje, ao lado do aloprado Diogo Mainardi, o grande porta-voz das parcelas mais conservadoras da sociedade brasileira. Ao contrário de Diogo, Azevedo tem uma boa capacidade de análise política e é sério no que escreve, embora às vezes seja tão ou mais virulento que seu coleguinha da Veja . Dia desses, Reinaldo escreveu, em um tom de desalento, que o PSOL é único partido a realmente mover a política brasileira. O tema do comentário era a cada vez mais complicada situação do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o colunista afirmava que, ao contrário do PSDB e DEM, que adotaram uma postura bastante cautelosa, o PSOL estava fazendo o serviço todo sozinho. A reflexão do analista da extrema-direita é

Só para constar

Dizem por aí que o novo apelido do prefeito-factóide do Rio de Janeiro é Cesar Vaia. Parece que ele próprio gostou da alcunha e está mandando espalhar... Esta é a última nota deste blog sobre o assunto. Doravante, voltamos aos assuntos relevantes para a Nação.

Jorge Rodini: a decepção de Lula

Em mais uma colaboração para este blog, Jorge Rodini, diretor do instituto de pesquisas Engrácia Garcia , comenta o assunto da hora: as vais recebidas pelo presidente no Maracanã. A seguir, a íntegra do comentário de Rodini: O presidente Lula experimentou, na sexta-feira, 13, durante a abertura dos Jogos Pan-Americanos, o sabor amargo da classe-média carioca. Num Maracanã lotado, Lula foi vaiado de maneira sistemática e sintomática. Impedido de declarar oficialmente aberto o Pan 2007, sentiu-se desprestigiado pelo povo presente. Dizem que aquele não é seu povo, que aquele mundaréu de gente orquestrou a vaia que o constrangeu. Parece que Lula, pela primeira vez em seus mandatos presidenciais, sentiu-se deslocado. Homens, mulheres, adolescentes, crianças, brasileiros ou não, ousaram expressar seu descontentamento com os escândalos, com os apagões aéreos, com os assuntos bovinos, com a corrupção escancarada e com a falta de ética dos políticos em geral. Este povo não recebe Bolsa-Família

Senado aguarda ocaso de Renan

A semana que começa hoje era, na prática, para ser uma semana morta no Congresso Nacional. Com o início do recesso no dia 18, quarta-feira, era natural que os parlamentares "enforcassem" a terça (a segunda-feira, como todos sabemos, já é "enforcada" em períodos normais) e só retornassem a Brasília em agosto. O presidente do Senado, porém, resolveu criar um fato político ao adiar para amanhã a reunião da Mesa Diretora em que será decidido o encaminhamento de parte das investigações contra ele mesmo, Renan Calheiros (PMDB-AL). É altamente provável que Renan sofra mais uma derrota amanhã, embora seus aliados estejam planejando mais uma manobra protelatória. O problema todo é que o presidente do Senado já não tem controle da situação e está à mercê da opinião pública, que pressiona e sensibiliza os parlamentares. A aposta de Renan agora está no chamado "efeito curativo do tempo", daí tantas manobras protelatórias. O problema todo é que a sociedade não parece d

Magoou

Lula não gostou da vaia que tomou no Maracanã. Claro, ninguém gosta de ser vaiado, mas o interessante é que o presidente usou o seu programa de rádio desta segunda-feira para passar a sua posição sobre o assunto. Evidentemente, a fala presidencial deve ter sido combinada, testada e ensaiada com os marqueteiros que cuidam da imagem de Lula. O reconhecimento de que ficou aborrecido com as vaias visa passar uma imagem "humana" do presidente da República. Em termos técnicos, o que Lula fez ao falar sobre o tema de forma tão direta foi tentar minimizar os danos da vaia à sua imagem. Se vai funcionar, o tempo dirá.

Esclarecendo a "teoria conspiratória"

A vaia ao presidente Lula na abertura do Pan é o assunto da vez nos blogs políticos. Um leitor escreve para dizer que a "teoria conspiratória" é uma rematada bobagem. Vamos esclarecer a questão: é óbvio que o vídeo do ensaio não prova que houve orquestração, apenas fornece um indício. O público do Maracanã na abertura dos jogos era constituído por gente que pode pagar mais de R$ 50 pelo ingresso, no mínimo, pois muitos bilhetes foram parar nas mãos de cambistas, que revenderam pelo dobro, quando não pelo triplo do preço inicial. Havia, sim, predisposição deste público para vaiar o presidente – a aprovação de Lula é de 65% no país, mas de apenas 30% entre os que ganham mais de 10 salários mínimos. Porém, há a informação de que parte dos ingressos mais baratos foram distribuídos aos funcionários da prefeitura do Rio – o que explicaria os aplausos ao alcaíde Cesar Maia. Só quem nunca foi a um jogo de futebol acha que não é possível uma minoria puxar vaia: todos os "gritos d

Vaia foi mesmo ensaiada

Um vídeo no You Tube (clique aqui para acessar) revela que a vaia ao presidente Lula foi ensaiada no dia anterior... Não dá para saber se o regente foi o prefeito Cesar Maia, mas fica patente que o protesto foi mesmo orquestrado. O jornalista Clóvis Rossi, da Folha , escreve neste domingo ridicularizando o que ele qualifica de "teoria conspiratória". Jornalista que é, Rossi deveria primeiro apurar os fatos para só depois escrever bobagens...

Boa dica do ombudsman: cobrir o tucanato

O atual ombudsman da Folha , Mário Magalhães, que não é parente do autor dessas Entrelinhas, é de longe o melhor jornalista a ocupar o cargo até hoje. Corajoso, preciso e divertido, Magalhães vem fazendo um belo trabalho. Desde já o blog torce para que ele tenha o seu mandato renovado. Na nota abaixo, da crítica interna de sexta-feira, está uma boa dica não apenas para a Folha , mas para todos os jornais paulistas. Como diria o gaiato, cada um com o seu Bragato... Farinhas O jornal prestaria um grande serviço aos leitores se comparasse o que petistas e tucanos dizem e fazem em Brasília (no Congresso e no Planalto), e os tucanos dizem e fazem em São Paulo (na Assembléia e no governo estadual). Além de informativo, poderia ficar --tragicomicamente-- divertido.

A explicação das vaias

Um leitor anônimo deste blog matou a questão das vaias ao presidente Lula: o ingresso de arquibancada para a abertura do Pan não saia por menos de R$ 150, chegando a custar bem mais no câmbio negro... Claro que em ambientes assim, o presidente não vai ser aplaudido. Saguão de aeroportos, restaurante chiques, Jockeys clubes são outros locais em que Lula será sempre vaiado e Cesar Maia e José Serra, ovacionados. É do jogo. O que espanta é a falta de senso de quem cuida da agenda de Lula. Bastava combinar com o cerimonial para evitar as tais "seis vaias" – uma única citação da presença dele ou mesmo um rápido "declaro aberto os jogos Pan-Americanos" (diz-se isto em menos de 10 segundos) seria suficiente para uma única vaia dos cariocas endinheirados que assistiam ao espetáculo esportivo. Lula nem pode alegar falta de experiência: em 1989, este blogueiro, são-paulino que é, assistiu a uma cena deprimente: o então candidato à presidência resolveu "prestigiar"

Vaias para Lula: direita comemora

Blogs de direita e sites da mídia conservadora estão em polvorosa com as vaias recebidas pelo presidente Lula. De fato, foi negativo para a imagem do presidente. Mas nada que vá abalar o prestígio de alguém com mais de 60% de aprovação. O que vale, como se sabe, é o aplauso ou vaia das urnas...

Ombudsman reconhece: FSP promove Serra

Muito interessante o comentário do Ombudsman da Folha , Mário Magalhães, na crítica interna de quinta-feira, reproduzido abaixo. É o tipo de comentário que deve causar sorrisos amarelos na redação da Folha. Este blog fica imaginando o pessoal que rala na Barão de Limeira comentando: "mas será que ele não sabe que o Serra 'é da casa'". Sim, claro que ele sabe, não nasceu ontem e não seria Ombudsman se não soubesse. É que até para a desfaçatez há certos limites. Ou, como diria o companheiro Lula, "menas, pessoal, menas..." Bem na foto Mais uma vez, a Folha publica foto de divulgação em cobertura de evento com a presença do governador José Serra ("Manobra tucana 'enterra' CPIs em São Paulo", pág. A7). Ou seja: o jornal só recebeu fotografias em que Serra aparece bem. A Folha deveria escalar fotógrafo próprio, pautado com critérios jornalísticos, e não promocionais, para cobrir as atividades do governador de São Paulo.

Calheiros manobra e colhe um desastre

Quanto mais o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) tenta manobrar para sair da encalacrada política que representa o processo no Conselho de Ética, mais perto ele fica de um beco sem saída. Ou melhor, de saída única: a renúncia ao cargo de presidente do Senado, no mínimo, ou mesmo do mandato, se as coisas piorarem. Nesta quinta, ele tentou protelar o processo marcando para terça-feira uma reunião da Mesa Diretora que estava marcada para hoje mesmo. O resultado é um desastre político: por pouco os senadores da oposição não assumem uma postura mais belicista, de simplesmente não votar mais nada até que Renan se afaste do cargo. A solução encontrada – uma espécie de ultimato até terça – é um pouco menos pior para Calheiros, mas também significa o agravamento de sua situação. O balcão de apostas agora gira em torno do prazo: nos bastidores, até mesmo gente da base governista acha que Renan não resiste a agosto, o mês das renúncias, suicídios e tantos outros episódios de mau agouro.

Renan vai imitar José Dirceu?

A conversa do dia em Brasília é, para variar um pouco, sobre o senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Com a deterioração da sustentação política do presidente do Senado, há gente apostando que ele decidiu imitar o ex-deputado José Dirceu (PT-SP), que lutou até o final contra a cassação, usando todos os recursos protelatórios possíveis até a queda final. Porém, há tembém quem diga que Renan já está negociando a sua renúncia à presidência do Senado, com a garantia de manter o seu mandato. Pode até ser que as duas coisas estejam acontecendo ao mesmo tempo...

Da série "por que Lula é tão popular"

O texto abaixo, do UOL, ajuda a entender a questão supracitada. Este blog não se cansa de repetir: é a economia, estúpido... Indústria brasileira acumula 5 meses de alta no emprego SÃO PAULO (Reuters) - A indústria brasileira registrou em maio o quinto mês consecutivo de aumento na taxa de emprego do setor, mostrou pesquisa divulgada nesta quinta-feira. As fábricas instaladas no país contrataram 0,3 por cento mais em maio do que em abril, de acordo com dados ajustados sazonalmente divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com maio do ano passado, a taxa de emprego do setor subiu 2 por cento. Nos últimos 12 meses, o avanço foi de 0,8 por cento. "A taxa anualizada, índice acumulado nos últimos 12 meses...mantém trajetória ascendente desde outubro", informou o IBGE em comunicado. O valor da folha de pagamento do setor, entretanto, caiu 0,7 por cento em maio frente a abril. Isso fez com que a média móvel trimestral --indicador acompanh

Governo não recuou na classificação indicativa

Os jornalões manchetaram nesta quinta-feira o "recuo" do governo federal na questão da classificação indicativa. Blogs da extrema direita também comemoraram a nova portaria, que teria afastado os riscos de "censura" à liberdade de expressão. Na verdade, o que está por trás desta disputa é uma queda de braço entre as emissoras de TV e a sociedade brasileira, que é amplamente favorável ao controle da programação, bem como da propaganda de álcool, para lembrar um tema desenvolvido hoje na Folha pelo cientista Ronaldo Laranjeira em um artigo esclarecedor. Como se pode verificar na análise do mestre Alberto Dines, não houve recuo algum do governo, mas uma mudança na forma (e não no conteúdo) do texto da portaria. Como bem observa Dines, a classificação indicativa está consagrada e as emissoras terão de obedecer a lei. O governo nunca quis censurar coisa alguma, apenas os paranóicos conseguiram enxergar este viés no texto anterior. O resto, como diria o tucano José Serr

Um teste para o Congresso

Se o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) não presidir a sessão desta noite do Congresso Nacional, na qual deverá ser votada a Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2008, na prática ele não será mais presidente do Senado da República. Um presidente que não preside, apenas aparece em sessões solenes e outros eventos em que nenhum assunto relevante é decidido, não pode mesmo ser chamado de presidente. Calheiros já perdeu as condições políticas para comandar a Casa Alta do legislativo brasileiro e parece interessado agora em sair do cargo com o maior capital político possível, daí as recentes e constantes ameaças aos colegas. Cada um sabe o que é melhor para si, mas o risco de Renan sair menor do que calcula permanecendo no cargo não é pequeno. O tempo vai dizer quem tem razão, ele ou seus críticos (e parte dos aliados que o aconselham). Do ponto de vista do Congresso, a sessão de hoje será um marco. Alguém vai dizer, ainda que Calheiros não esteja presente, poucas e boas para o presidente d

Renan: mãos sujas e atritos com a mídia

O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou na tarde desta terça-feira que seus pares terão que "sujar as mãos" para arrancá-lo da cadeira de presidente do Senado. Pouco depois, ao ser interpelado pelo repórter Carlos de Lanoy, da TV Globo, Renan simplesmente recusou-se a responder a questão formulada e disse para quem quisesse ouvir: "Não respondo porque você mente". Quem joga truco sabe o que é isto: Renan gritou seis. O seja, vai pagar para ver. Brigar com a TV Globo é uma estratégia sempre muito arriscada. Renan não nasceu ontem e está neste jogo há mais de 30 anos. Se decidiu comprar a briga, é porque tem bala na agulha. Pelo que corre em Brasília, a primeira vítima foi o senador cearense Tasso Jereissati, presidente nacional do PSDB, que acusa Renan de ter vazado informações para... o jornal O Globo ! A bricadeira não é para amadores, mas este blog continua apostando em um processo (e desfecho) semelhante ao que viveu, por quase seis meses, o então senado